sexta-feira, 4 de março de 2011

A Mística Cidade das Pedras, São Thomé das Letras 10/fev/2011


Pirâmide de São Thomé das Letras, ao pôr-do-sol

São Thomé das Letras, a cidade mística, fica no topo de uma montanha de pedra, na Serra da Mantiqueira e está a 1444 metros do nível do mar. O lugar, onde há grande extração de minério, é quase todo revestido de pedras de quartzito, sejam ruas, passeios ou casas. São Thomé possui magníficas grutas, cachoeiras, cavernas sem fim e ladeiras onde carros sobem sozinhos.

Astrólogos dizem que a região é um ponto de convergência de energias, além de haver diversos relatos sobre aparecimentos de duendes, fadas, gnomos, bruxas, OVNIS e outros tantos seres estranhos a nós. Vale a pena conhecer esse lugar repleto de maravilhas e mistérios.



Após voltarmos de Carrancas e termos uma boa noite de sono em Três Pontas, recuperamos nossas energias e zarpamos para São Thomé das Letras. Para isso pegamos a estrada MG-167 rumo a Varginha, em seguida a BR-491 em direção a Três Corações e depois seguimos para São Thomé. A viagem durou pouco mais de 1 hora, as estradas eram asfaltadas.

Entretanto, para quem sai de Belo Horizonte serão 343km. Vejam o Mapa da Estrada.

Chegando próximo de São Thomé a vista é incrível, a montanha onde fica a cidade é bem grande e toda esbranquiçada por causa da extração do quartzito. E a 3km da cidade, ao pé da serra, fizemos nossa primeira parada: O Vale das Borboletas.


Chegando a São Thomé das Letras

Nsse ponto da estrada há uma placa indicando o Vale das Borboletas e a Cachoeira São Thomé. O Vale fica dentro de uma fazenda. Depois de estacionar o carro você entra no pasto e segue por ele em uma trilha, indo sempre à direita, não se preocupe pois tudo é muito bem sinalizado. O Vale das Borboletas consiste em duas pequenas quedas d’água que formam um belo córrego. Há uma parte, sob a queda, em que o poço é um pouco mais profundo, mas o córrego como um todo é bem raso. Quanto às borboletas, vimos pouquíssimas. Todos esses atrativos são de fácil acesso.


Vale das Borboletas


Queda do Vale


Riacho que corre após o Vale

Nosso próximo passo foi chegar à Garganta do Diabo, que fica a mais ou menos 1km a pé do Vale das Borboletas, mas a falta de informação nos fez perder tempo. Ainda no Vale, pegamos algumas trilhas para chegar a garganta, entretanto só conseguimos dar algumas voltas sem sucesso. Ao encontrarmos uma família nativa descobrimos que para se chegar à Garganta do Diabo tínhamos que voltar até a entrada da fazenda, adentrar o pasto e seguir a trilha, dessa vez pela esquerda, até o fim do cercado, depois prosseguir seguindo o curso contrário do rio.
Demorou um pouco para chegarmos, principalmente devido a uma vaca, que nos olhava com ódio no coração, temendo por sua cria. Seguindo pelo rio chegamos ao que parecia ser a Cachoeira Garganta do Diabo, contudo, não era o que parecia.


Cachoeira abaixo da Garganta do Diabo

Sempre destemido, o pintassilgo Bertozzi decidiu escalar essa cachoeira e seguir sozinho em frente. Foi lá que ele encontrou a verdadeira Garganta do Diabo. Voltou e contou aos seus comparsas. O caminho é curto, porém escorregadio e as pedras são soltas – deve-se tomar cuidado. A cachoeira parece, de fato, uma garganta, o “poço” é bem estreito, mas profundo.


Chegando à Garganta do Diabo


Cachoeira Garganta do Diabo

Quando voltamos ao carro já era mais de meio-dia e estávamos mortos de fome, porém ainda precisávamos chegar à Cachoeira São Thomé. Seguindo de carro e nos guiando pelas placas na entrada da fazenda, prosseguimos pela estrada de terra e encontramos a Cachoeira (as placas ao longo desse pequeno trajeto ficam um pouco longe umas das outras, mas, como diz o ditado, quem tem boca vai a Roma). Ao chegarmos lá admiramos a cachoeira, tiramos fotos, mas decidimos não nos banhar, pois a fome não permitia.

Caminho até a Cachoeira São Thomé



Cachoeira São Thomé

Enfim adentramos a cidade. São Thomé é bem diferente, pequena cidade em que tudo parece ser feito de pedra, as ruas são estreitas, tem muitos hippies e gente vestindo roupas estranhas, os estabelecimentos comerciais têm nomes místicos (Restaurante das Bruxas, O Alquimista, Pizzaria dos Gnomos, etc...) e não se assuste se ver uma pedra enorme oriunda da própria montanha impedindo seu caminho no meio da cidade. Almoçamos em um restaurante chamado Flor de Pedra, bem perto da Praça da Igreja, que fica no centro da cidade. A comida era ótima e a garçonete muito simpática.

Foi então que rumamos a mais 3 cachoeiras, seguindo a estrada de terra para Baependi, todas de fácil acesso e bem sinalizadas. A primeira foi a Cachoeira Eubiose, a 3 km da cidade, um lugar muito bacana. Ela não é muito profunda nem grandiosa, mas com certeza vale a pena conferir.


Cachoeira Eubiose

A segunda, a uns 7km da cidade, seguindo na mesma estrada, é a Cachoeira do Flávio (A cachoeira da Família). Bem rasa, de águas claras e calmas (Lá percebemos que alguém no seguia... era uma criança desconhecida). O lugar é bem relaxante, e a cachoeira tem uma queda bastante interessante.


Cachoeira do Flávio


Matrix na Cachoeira do Flávio

Por fim chegamos à Cachoeira Véu da Noiva, pela mesma estrada, a uns 10km da cidade. Essa cachoeira é sensacional, sua queda é bem grande, assim como seu poço, que também é profundo. Tente sentar na cachoeira e sentir toda a sua queda sobre a cabeça, é muito bom!



Cachoeira Veu da Noiva

Alguns metros abaixo dessa cachoeira está o chamado Paraíso, um lugar muito bonito, com uma pequena queda d’água de cor esverdeada. Vale a pena ficar um tempinho lá e curtir a beleza da natureza.


Paraíso

Limpando a toalha no Paraíso - Vídeo


Já ia anoitecer e decidimos voltar para a cidade. No caminho demos carona a um hippie que tentou nos vender a adoção de uma árvore (mas não tínhamos grana). Voltando à cidade ainda visitamos alguns pontos turísticos:

O Cruzeiro, cuja localização proporciona uma vista muito bacana.


Cruzeiro de São Thomé das Letras

Vista do Cruzeiro


A Pedra da bruxa: uma pedra com o formato do rosto de uma bruxa.


Pedra da Bruxa


A Pirâmide: uma construção em forma de pirâmide. No topo da Pirâmide assistimos ao pôr-do-sol acompanhados de uma galera que tocava violão e tinha um “papo cabeça”. Ver o sol se por ali foi excepcional... é maravilhoso!


Pirâmide de São Thomé das Letras

Pôr-do-sol visto da Pirâmide


Pôr-do-sol - Vídeo

Quando anoiteceu chegamos à praça da Igreja e lá, enquanto Lucas e Henrique visitavam a Gruta de São Thomé (responsável pela lenda que dá nome a cidade), fui dar uma volta pelo cemitério.


Gruta de São Thomé vista por fora

Gruta de São Thomé vista por dentro


Nos reencontramos e tomamos um delicioso açaí no Ponto do Açaí, ali na praça.

E finalmente partimos. Felizes e abençoados pela energia mística-sobrenatural de São Thomé das Letras. Não só São Thomé, mas também Carrancas surpreenderam nossas expectativas. E o melhor é que estas cidades ainda possuem muitas outras maravilhas que não pudemos conhecer nessa semana única, mas que, com certeza, teremos o prazer de visitar.


Igreja na praça central de São Thomé

7 comentários:

  1. Ah! E pra quem ficou curioso... ta aqui a lenda de São Thomé:

    “João Antão, escravo da Fazenda Campo Alegre, cujo romance com a irmã de seu senhor, o Capitão João Francisco Junqueira, havia sido descoberto, cansado dos maus tratos, refugiou-se em uma gruta no alto da serra, onde passou a viver da pesca, frutos e raízes da região.
    Um dia um senhor de vestes brancas apareceu para o escravo lhe entregando um bilhete e dizendo que, se ele o entregasse ao capitão, este o perdoaria. Ao ler o bilhete, o Capitão lhe ordenou que o levasse até a gruta, onde encontraram uma imagem de São Tomé entalhada em madeira.
    João Francisco, homem profundamente religioso recolheu a imagem e a levou para casa. A imagem sumiu e reapareceu na gruta por várias vezes. Acreditando ser um milagre o Capitão mandou erguer uma capela no local, onde, em 1785, foi construída a Igreja Matriz, originando, assim, o povoado.”

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  2. hahaha... mtu bom!
    "Sempre destemido, o pintassilgo Bertozzi..."
    uhauhuha... sem comentários!

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  3. Bertozzi,
    Onde você aprendeu a arte de limpar toalhas?!

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  4. Infelizmente, vocês não chegaram na Cachoeria da Garganta ... a cachoeira da foto fica próxima, mas não é ela ... para chegar na Garganta, vc precisa pegar a trilha do lado esquerdo do rio ... e seguir por cima ... mais uns 200m e vc chega nela ... a Cachoeira da Garganta tem um paredão de +- 30m de altura ...

    Geraldo

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  5. Achei que eu que estava confundindo as lembranças, mas realmente a cachoeira da garganta não é a das fotos... depois de tanto esforço, vale a pena sofrer mais um pouquinho pra alcançá-la!
    Motivo pra voltar lá e tentar conhecê-la...
    Boa viagem!

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